segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O perigo de torcer a bíblia, ao contextualizar a mensagem do natal

Em uma recente e polêmica campanha de Natal, a Igreja Anglicana St. Matthew in the City, de Auckland, na Nova Zelândia, propagou uma imagem de Maria assustada com um teste de gravidez. Sob muitas críticas, essa igreja resolveu se defender, em nota, dizendo que a sua intenção não era causar polêmica, e sim apresentar uma mensagem contextualizada do nascimento de Jesus.

O jornal The Christian Post
, de Nova York, Estados Unidos, entrou em contato comigo, pedindo-me que opinasse sobre o assunto. E também entrevistou Robinson Cavalcanti, bispo da Igreja Anglicana do Cone Sul da América.

Segundo Cavalcanti, não há qualquer problema com a campanha: “Imagina que a virgem Maria existisse hoje. Ela poderia ter feito o teste por sentir os sintomas e ficado assustada com o resultado, e só depois o anjo vem e faz o anúncio. Ou ainda ela pode ter feito para confirmar, mesmo que desta forma implique uma dúvida dela em relação ao anjo, acredito que não é nada demais” (http://portuguese.christianpost.com).

Discordo do aludido bispo anglicano, pois, ao contextualizar o Natal, não é necessário torcer a narrativa bíblica. A Bíblia é a Palavra de Deus. E ela, que está acima das nossas opiniões, assevera: “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo” (Mt 1.18).

A imagem usada pela Igreja Anglicana neozelandesa é imprópria e contrária às Escrituras, visto que Maria jamais teria precisado fazer um teste para comprovar sua gravidez! Primeiro, porque não houvera conjunção carnal entre ela e José, para que existisse tal dúvida. Segundo, porque Deus lhe havia revelado que a sua concepção ocorrera por obra direta do Espírito Santo (Lc 1.26-38).

Ciro Sanches Zibordi

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