segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O cordeiro-guia

  Isaias 53:6

“todos nós andávamos desgarrados como ovelhas...”. O que significa ser como ovelha? O que é andar como ovelha?
Se essas comparações fossem compreendidas plenamente, muitas pessoas se ofenderiam. A maioria das pessoas pensa nas ovelhas como animais dóceis, branquinhos, macios, inofensivos, espalhados pelas colinas. Parecem bichinhos muito atraentes com sua capa de lã. Isso tudo esta longe da realidade. É uma compreensão poética e ocidentalizada do assunto.


A verdade nua e crua é que as ovelhas não são assim tão belas. Talvez elas sejam à distância ou na imaginação poética daqueles que as contemplam.
As ovelhas são animais estupidos e teimosos ao extremo. Exalam um odor muito desagradável e adoecem com facilidade. São suscetíveis a diversos parasitas e enfermidades. São criaturas medrosas, indefesas. Elas andam sempre em grupos seguindo um instinto cego. Se, elas não forem bem vigiadas, se ficarem entregas a si mesmas, pode destruir um terreno. Além disso, elas também são bruscas e cruéis umas com as outras. Com muita facilidade se perdem e, com muita facilidade se tornam presa fácil de predadores. Cuidar de ovelhas exige muito trabalho e muita atenção.


Faça novamente a leitura do versículo 6  (Isaias 53:6).

As ovelhas não são animais cativantes, tampouco o homem o é. O homem é orgulhoso, arrogante, altivo. Com toda a sua ignorância, estupidez e pecaminosidade, ele chega ao cumulo de dizer que Deus não existe. Neste versículo, de um lado Isaias esta tratando da miséria, mas de outro ele esta trazendo uma descrição clara da humanidade desviada e atolada no pecado.
Veja: “cada um se desviava pelo caminho...” A humanidade esta desviada dos caminhos do senhor. Ela se perdeu pelo caminho. Ela vagueia desesperada. Ela é presa em potencial dos predadores que a espreita. Na maneira do profeta se expressar, ele esta dizendo que, todos passaram a viver para si mesmos, não se preocupando pela sorte dos outros. Cada pessoa simplesmente procura cuidar de si mesma. Mas é exatamente isso que não pode ser feito – ovelhas não podem cuidar de si mesmas. Cada um prefere o seu próprio caminho e não o de Deus. Isso é a essência do pecado. Desviar-se pelo caminho nada mais é que rejeitar a Deus.

Apesar deste quadro dramático, o profeta vê esperança. “O castigo que nos trás a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaias 53:6). “... mas o senhor fez cair sobre ele à iniqüidade de nós todos” (Isaias 53:6).
Na tradição dos pastores orientais, as ovelhas desgarradas eram sempre reencontradas e reconduzidas de volta ao pastor por um “cordeiro de estimação” dele. Todo criador tinha o seu cordeiro de estimação. Esse cordeiro era criado pelo próprio pastor. Comia em sua mão e era considerado quase um filho.
O cordeiro de estimação era chamado de cordeiro-guia. Era ele que se aproximava da ovelha perdida, que pastava ao lado dela, que a chamava e a convencia a acompanhar o pastor de volta ao curral era ele que trazia as ovelhas que haviam se desgarrado.
O cordeiro de Deus, Jesus cristo é o nosso “carneiro guia”. É ele quem nos traz de volta a Deus. Para que isso fosse possível ele precisou ser oprimido, humilhado. Ele foi levado ao matadouro. Pelas suas pisaduras fomos sarados. Ele não foi crucificado por causa de sua própria condenação. Foi nossa culpa que o levou a morte (Mateus 27:41-44) na verdade Jesus não quis salvar-se a si próprio. Se ele tivesse feito isso, todos nos teríamos perecido. Ele se deixou prender. Se deixou condenar voluntariamente (Ele não abriu a sua boca – Is 53:7). Se deixou crucificar. Por que razão? Para que eu e você pudéssemos sair livres, perdoados e recebêssemos a vida eterna.
João Batista, vendo Jesus passar disse: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29, 36). Que visão singela! Que compreensão profunda da missão sublime de cristo. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.

                                                                 Veja: João 15:13.

Isso já é por demais nobre e elevado. É o clímax do altruísmo. Ocorre, porém que cristo entregou a sua vida por nós, como ovelha entregue ao matadouro, quando ainda éramos seus inimigos (Rm 5:5-11). Que amor incomparável! Que atitude inefável que sacrifício imensurável!


Queira Deus que possamos ser encontrados por seu “carneiro-guia” tão somente para nos tornarmos humildes escravos e seguidores do cordeiro de Deus.


Em Cristo,
               
Pr. Marcos






  

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